sábado, 13 de junho de 2009
Impressões, admiração, entusiasmo!
A participação na SEMEIA foi daquelas coisas interessantes que acontecem na vida, que a gente “briga” para acontecer e não sabe no que vai dar. Sei que desde quando surgiu a possibilidade em uma reunião de fazer algo com a educomunicação (um dos itens que participei duas vezes no COEDUCA) e a Débora e a Cida falaram da cobertura, imediatamente pensei no Telêmaco, por dois motivos: precisávamos ganhar força e fôlego com a EA na escola e segundo, o mais importante, porque sempre acreditei que propiciar oportunidade para quem não tem é muito mais apropriado do que validar ações que já tem atenção.
Sempre que falamos em EA nas escolas, pensa-se em reciclagem e áreas verdes. Nós que estamos na região do CDHU sabemos o quanto isso é diferente lá, é uma região abandonada pelo grande-centro, sem área de lazer, sem verde (pelo contrário, a cor predominante é terra), muito lixo pelas ruas, comércio improvisado, muita exclusão, mas muita aptidão para mudar (como em qualquer lugar). Obviamente ali não é diferente da maioria dos bairros das regiões periféricas de Campinas, ou da minha própria cidade (Sumaré), mas quando você sente algo, um zelo pelo lugar onde trabalha, estuda ou frequenta, existe vontade e a responsabilidade de melhorar.
Não acredito que as pessoas sejam más gratuitamente, creio muito mais que elas ignoram informações e que a maioria das coisas que fazem prejudicialmente são no fundo alguma coisa para compensar algo que faltou de alguma maneira ou em algum momento. E nosso estilo de vida deixa faltar coisas fundamentais, deixa-se esvair os valores, deixa que eles se afrouxem para vivermos “indo”, buscando algo que nem sabemos o que é.
Pouca ou quase ninguém acreditava na capacidade de alguns ali naquela escola, não basta dizer que por ser uma comunidade simples, mas pior é o pré-conceito e o pré-julgamento feito pelos que se julgam “superiores”. Acho que com essa pequena amostra do que aconteceu nessa semana, pudemos ter a dimensão de diversas coisas, a persistência, a confiança das e nas pessoas, a responsabilidade, a fé, a competência, o companheirismo; acreditar que as pessoas tem muito para oferecer, basta dá-las a oportunidade para isso. Assim como eu tive a oportunidade de me encontrar na EA, assim como o filme “A corrente do bem”, não posso dar a voz a ninguém, mas posso dar meus ouvidos e meus olhos para o que elas querem e precisam e daí então ajudar a propor alternativas para compartilhar minha ajuda. A EA que acredito é isso deixar que aflore e o que há em nós, tratar como semelhante é respeitar, no mesmo plano. É reconhecer-se gente no outro, assim como dizia o poeta Vinicius de Moraes, em sua bela canção que compõe o vídeo: "Eu não existo sem você".
Vamos prosseguir, pois a caminhada é eterna e precisamos continuar, mesmo diante das milhares contradições que permanecem e que nos afrontam e desanimam por todo o caminho.
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