sábado, 6 de junho de 2009

Circuitos Educadores - Fazenda Santa Elise



Existem momentos em nossas trajetórias que nos emocionam. Olhar para trás e ver, por quantos lugares passamos, quantas pessoas conhecemos. O passado, ou melhor, a memória, que nunca nos abandona, e que é repleta de referências de imagens, músicas, cheiros, sentimentos.

Passar pela Fazenda Santa Elisa foi um, desses momentos especiais, para dicar na memória, e reativar a memória de mim, que saí de Campinas e num vai-e-volta, tenho muita vontade de fincar de novo minhas raízes futuras aqui.

A Fazenda é administrada pelo Instituto Agronômico de Campinas, O IAC. Faz "fronteira" com bairros como o Costa e Silva e a estrada para Barão Geraldo. E guarda tesouros que, quando eu cá andava de bicicleta - num tempo que não tinha cerca e Campinas nem tinha tantos prédios, e nem tanta violência - e via jequitibás, sapucaias, cássias. São as mesmas árvores, muitas tem 100 anos.


Eu aqui não passava há 15 anos, e pra mim, o lugar parece o mesmo. Um refúgio, uma raridade em meio a uma cidade que cresce e que substitui a mata pelos prédios. As fazendas pelas avenidas. As ruas e as pessoas sentadas na calçada ou à janela, pelo medo, pela frieza.


A área da Fazenda Santa Elisa foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, o Condepacc. Isso significa que faz parte, definitiva, da memória de nossa cidade, e deve ser cuidada ao máximo para que não ceda às pressões da metrópole que está querendo se expandir. Como acontece com tantos outros lugares de nossa história, como a Estação Guanabara, que também fez parte de minha infância/adolescência, e a de meus antepassados, e a da professora Rosenilze.


Participando dessa cobertura deliciosa, ainda que de longe, fico feliz de ver que alguns poucos jovens e crianças e adultos tiveram a oportunidade de vivenciar os circuitos propostos pela formação do Coeduca, e tantos outros lugares por onde passaram esta semana. Eu sou jovem também; tenho "somente" 35 anos e sinto que os cidadãos que vivem em Campinas não percebem o quanto temos de riquezas ambientais, sociais, culturais que precisam não só ficar na memória, mas perpetuarem-se por gerações...


A música da trilha sonora é de Almir Satter. Um poeta do Pantanal, bioma tão falado e valorizado. Mas o pôr-do-sol do filminho, é nosso. Valorizem o que nosso, pessoal. Nós temos muito a mostrar, a contar, a valorizar. A olhar - diferente!

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